Por: Profa. Esp. Guilherme Carvalho
Na prática pedagógica, muitas vezes, podemos nos sentimos “presos” pela rigorosidade das estruturas escolares.
Muito dessa sensação vêm, sobretudo, das experiências que acumulamos ao longo de nossas vidas escolares e mesmo as acadêmicas. Porém, é indescritível quando experimentamos a belíssima forma de liberdade e autonomia, quando nos tornamos donos do espaço escolar e dos processos envolvidos.
No artigo “A língua da escola: Emancipadora ou Alienadora”, os autores Jan Masschelein e Maarten Simons, se posicionam sobre o efeito de suspensão da vida cotidiana em prol de um ambiente onde o aluno se torna capaz de construir os saberes e as respostas para os problemas do mundo.
O estudante, mais do que um cidadão em formação ou um membro da comunidade escolar, é um observador da realidade em dupla instância, tanto pela sua ótica quanto da própria escola.
Assim, os parâmetros curriculares no Ensino Médio deveriam: 1) formar integralmente cidadãos autônomos no que se refere à capacidade de continuar aprendendo, e armados de competências que garantam sua inserção ao mundo de trabalho e 2) fomentar o desenvolvimento de um projeto pessoal alinhado às necessidades sociais com aguçado senso de ética e pensamento crítico.
É dever, portanto, da escola, possibilitar ao aluno usufruir desse duplo papel de aprendiz e agente do processo de ensino, e ela o faz instrumentalizando professor e aluno com a capacidade de subverter a lógica histórica da escola como local de reprodução do conhecimento, para um local onde o conhecimento histórico se refaz.
Essa subversão, para Fernando Hernadez (1998) se caracteriza por uma atitude transgressora, que hoje se valida em inúmeras pedagogias contemporâneas e metodologias ativas de ensino das mais diversas, que rompem a estrutura curricular e sua divisão modularizada e desconectada em disciplinas isoladas que propõem num ensino baseado em competências a validação dos objetivos de aprendizado com a evidência do desenvolvimento de habilidades e competências focadas no formar um aluno-cidadão.
Como mudar?
Por meio de gestão escolar participativa, bem como a construção de planos de aula mais centrados em currículos bem planejados e alinhados com as necessidades gerais são o pontapé inicial.
O currículo é a ferramenta que norteia e guia a prática o professor ao mesmo passo que flexibiliza e potencializa a sua atuação em sala de aula, oferecendo pontos de chegada e evidências de desempenho para cada competência e habilidade desenvolvida durante o ano letivo.
Com um ponto de partida bem definido, um plano de trabalho consolidado e a certeza de estar no caminho certo.
É papel do professor mediar o momento da aula afim de provocar nos alunos o desenvolvimento de suas habilidades por meio de uma abordagem metodológica adequada às competências a serem desenvolvidas.
Lembrando que, uma abordagem metodológica não é inerente a um assunto, tema ou disciplina, pois cada abordagem oferece inúmeras vantagens e desvantagens.
Elaborado por:
Professor Guilherme de Carvalho formou-se Tecnólogo em Jogos Digitais pela Fatec, de São Caetano do Sul, onde vocacionou seus interesses por tecnologia, desenvolvimento e ludicidade em paixão pela escola.
Hoje, leciona nos cursos técnicos de Desenvolvimento de Sistemas e Redes de Computadores.
Leitura crítica e edição: Joseane Terto
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